quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Na berlinda

O futebol do Somália está igual ao seu sequestro no início do ano: uma mentira. Herrera só demonstra raça. Aliás, fazer mais faltas que um zagueiro durante um jogo não é raça.

Cajá fica naquele acende-e-apaga. A defesa, antes soberana nas bolas aéreas, parece uma peneira. Jefferson nos salva todo dia, mas goleiro trabalhar além da conta é mau sinal.

Culpa do treinador? Bom, é Joel quem escala, treina (ou deveria treinar) o grupo todos os dias, conhece quem está bem ou mal.

Insistir no erro é burrice, como diz o ditado. Insistir em entrar com 3 zagueiros todo jogo, teimar que Somália é lateral-esquerdo (o gol do River foi nas costas dele, só pra constar), tirar a braçadeira de capitão do Loco (alguém entendeu?), isso não basta?

Pra mim, sim. Chega de Joel, chega de "eu sou a lenda". Vamos dar um basta na postura covarde com que temos visto nosso Botafogo entrar em campo. Claro, agradecidos por nos tirar da fila no Carioca e tal, mas convenhamos...

Contentar-se com UM estadual não me parece correto.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Questão de honra



Desde que me conheço por gente, sei qual é meu maior rival no futebol.

Não tenho dados sobre o número de clássicos que assisti, mas destes, há um ligeiro desfavor para o Botafogo, acho. Todas nossas vitórias foram especialmente deliciosas, na mesma proporção da dor das derrotas.

E dos empates também. Sim, nos últimos tempos, eles que saíram comemorando uma igualdade no placar. Coisa totalmente aceitável, pra quem, na maioria das vezes, tinha equipes inferiores, mas a sorte no colo. E lógico, pra quem pensa pequeno.

A turma do vermelho-e-preto (argh) já começou a falação, como se tivessem conquistado o mundo. Fazer o quê. Foram décadas de humilhação nos pés de Heleno, Nilton Santos, Garrincha, Jairzinho... Deixa os bichinhos festejarem.

Festejem também a "sabedoria" da "Lenda do Rio". Ovacionem o cara que sacou uma das nossas principais armas ofensivas na primeira etapa, deixando em campo seu "filho" Somália. Amanhã, o cumprimentem nas ruas por onde ele andar, pela escolha brilhante dos batedores de pênaltis. Joel vive se gabando de ser decisivo, e foi.

Mas deixa estar. Poderia vir aqui e vociferar contra A ou B, exigir isso ou aquilo... Agora não. Quarta-feira, estreamos numa competição realmente importante.

(Tá, vencer o carioca e tripudiar sobre nossos queridos rivais é espetacular, torço para que sejamos bicampeões, mas pensa comigo: das quatro competições que disputaremos em 2011, a única que não nos leva à Libertadores é o Estadual. Você quer ser o melhor do Rio ou ter a chance de ganhar a América?)

O título dessa crônica fala sobre isso. Vencer, digo, eliminar o simpático River Plate-SE no primeiro jogo é mais que nossa obrigação. Vale a honra.

P.S.: é contigo, Tony!

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Acima de qualquer suspeita

Há sempre duas maneiras de se analisar uma situação equilibrada. Certamente, você conhece a história do copo "meio cheio" ou "meio vazio".

O Botafoguense possui, na sua essência, uma característica melancólica, pessimista. Por ser dotada de inteligência privilegiada, nossa torcida é bastante crítica, e às vezes se esquece de exercer sua "função": torcer.

Escrevo isso porque, depois de amanhã, tem o clássico contra o time da lagoa. 2010 veio para quebrar todos os estigmas relativos a enfrentar nosso maior rival. Mesmo assim, há resquícios dos anos de insucessos e arbitragens desastrosas.

Soma-se a desconfiança com o nosso próprio time, resultado de atuações ruins contra os macaés da vida. As vitórias pouco convincentes, o jogo feio e previsível, a teimosia do professor, tudo isso é um prato cheio para desacreditar.

Tá, chega. Tudo que foi escrito até agora serve apenas de exemplo. A quem pensa assim, eu só lamento. Dizem que é melhor se surpreender do que se frustrar. Mas isso não me é motivo para deixar de ter fé.

Eu sou Alvinegro, e crer no improvável é minha especialidade. Que dirá então crer no que é provável! Vencer os rubro-pretos não é tabu, o que pertence ao passado, no passado está. Medo do juiz, ou daquela bola vadia no último lance? Não tenho.

Prefiro confiar na segurança do melhor goleiro do Brasil. No poder de decisão do "ataque Mercosul". No pé esquerdo cada dia mais calibrado de Renato, o nosso Renato, o verdadeiro R10. Na força que emanará da metade mais linda do Engenhão.

Acima de qualquer suspeita, o Botafogo chega forte para a decisão do próximo domingo. Ao adversário, concedemos o respeito, não o temor. Eles estão confiantes? Nós também.

Porque quando o manto Alvinegro adentra ao campo inflamado de superação, bravura e determinação, não há nada capaz de brilhar mais forte do que nossa Estrela.

Saudações Alvinegras!

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Inimigo íntimo


O Botafogo é o time da imprevisibilidade. Para o bem e para o mal.

Quando as atuações de baixo nível sugeriam uma derrota no clássico para a turma das multicores, eis que todos nós assistimos a uma vitória exfusiante e contundente. O primeiro lugar no nosso grupo era questão de formalidade: bater o pequeno macaé.

Mas eis que tudo volta "à normalidade". Sem o componente emocional de enfrentar um rival, o futebol fraco, previsível e excessivamente cauteloso apareceu de novo. Loco Abreu alertou sobre isso após a primeira partida oficial do ano. Nada mudou.

Muito por culpa do orgulho de Joel. Sim, dentro de si, ele sabe que todas as palavras de Abreu são verdade. Só que mudar tudo poderia parecer submissão ao jogador. E Joel chama seus jogadores de filhos, passa a mão na cabeça, mas não gosta que eles sejam "rebeldes". Papai é mandão.

Por causa disso, deixamos de enfrentar o valente boavista nas semifinais da Taça Guanabara. Se bem, amigos, que o Glorioso jogou bem apenas no duelo de cachorros grandes. Não me surpreenderia se fôssemos protagonistas de um vexame. Enfim, nosso concorrente do próximo domingo será um velho conhecido.

"Flamengo, você por aqui de novo?"

Na década passada, esse foi o clássico que mais se repetiu no Rio de Janeiro. A vantagem é deles. O último título é nosso. Eles têm os holofotes, assim como foi em 2010. O Botafogo tem a tal da imprevisibilidade como amiga. E um tal de Natalino. Que é bom nesse negócio de estadual.

Análise imparcial não é comigo. Há pessoas melhores que eu nesse quesito. Nem perco tempo fazendo análises. Na hora do "vamo ver", meu coração só diz uma palavra: BOTAFOGO

Saudações Alvinegras!

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Sobre meninos e loucos

Genial, irresponsável, sagaz, displicente. Ou simplesmente louco.

Definições não faltam para a atitude de Sebástian Abreu, no último domingo. Sua última cavadinha havia sido nas quartas-de-final da Copa do Mundo. Ocasião infinitamente mais importante do que disputar o primeiro lugar do grupo B da Taça Guanabara...

De todas as modalidades de batidas de pênalti, a inventada por Panenka é "oito ou oitenta". Neymar falhou, todos cobraram. Melhor, fuzilaram o garoto com críticas. Como se fosse réu de um tribunal que não permite "gracinhas" no futebol. O camisa 13 alvinegro provavelmente passaria pela mesma situação. Mas teve a chance de tentar de novo. De fazer o gol "do jeito certo".

Mas ele não cansa de provar que tem cojones. Eu esperava uma repetição, e creio que vários Botafoguenses tiveram o mesmo feeling. A grande maioria assistiu, embasbacada, a pelota beijar mansamente a rede do Engenhão. Essa mesma maioria, com desdém, classifica a atitude de Abreu como loucura, exibicionismo, marra. Pobres criaturas que se esqueceram da essência desse jogo. Como disse brilhantemente Valdomiro Neto, na página 3 do Lance! de hoje, quarta-feira: "Ave, Loco Abreu! Tu és o sopro de sandice necessária nesse nosso futebolzinho tão cheio de melindres e corretices políticas.(...)"

Sebástian já tem 34 anos, é pai de família. Está a um gol de se tornar o maior artilheiro da História do Uruguai. Imagino a raiva que deve ter sentido quando o jovem repórter o questionou, ao fim do clássico, se ele não sentira medo de perder a segunda penalidade. Porém, com sua costumeira lucidez, respondeu que, se tivesse medo, não sairia de casa. Louco, só quem ainda acha que ele é.

Por motivos que transcendem as batidas de penal, El Loco já é parte da história do Botafogo. Pelo que faz no campo e também fora dele.